Mês do orgulho e o racismo na comunidade LGBTQIA+. Enquanto alguns gays lutam por direitos como matrimônio e igualdade, por exemplo, a realidade para a imensa maioria de gays negros é, além de lutar pelos mesmos direitos LGBTQIA+, ainda lutar pela sobrevivência. E isso não sou eu que estou dizendo são os números.
Um levantamento inédito feito pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificações (Sinan) que faz parte do SUS, analisou as notificações de violência contra a população LGBTQIA+ brasileira entre 2015 e 2017 e verificou que metade das agressões teve pessoas negras como alvo.
Nos três anos analisados foram registradas 24.564 notificações de violências contra a população LGBTQIA+, o que resulta em uma média de 22 notificações de violência por dia, ou seja, quase uma notificação a cada hora.
Historicamente, tanto a população negra quanto a população LGBTQIA+ foram marginalizadas e vivem uma situação de insegurança social. Quando esses marcadores sociais de raça, gênero e sexualidade incidem sobre o mesmo corpo, ocorre o que a pesquisa demonstra.
É fundamental chamar atenção para uma aprendizagem que o movimento negro teve de que não se combate racismo sem lutar contra homofobia, machismo, sexismo e intolerância religiosa. Afinal, nós negros e negras não somos uma massa amórfica. ✊🏾🏳️🌈
Fonte: oglobo.globo.com
💎 Nota da colunista Anna Flávia Macedo para a Página VIP.
