Entrevista com Felipe Sadrak

Trajetória:

Tudo começou como brincadeira na infância, eu maquiando minha prima Kauany, a minha primeira cobaia (risos). Brincávamos de produção de moda com as roupas da minha avó, que sempre nos deu liberdade criativa, porque ela também adorava se produzir.
A escola de samba da Vila Industrial também me ensinou muita coisa. As personas que transitavam ali me inspiraram muito. Como a ala “Negratitude” compostas por mulheres negras a frente do seu tempo, lindas, referências de estilo. Lauanny Victoria, a primeira travesti do bairro. E Alex, uma Drag Queen andrógina que tinha um conjunto de makeup, performance e figurinos fantásticos. Eu, pré-adolescente, olhava essas figuras e queria ter um pouco de cada. Essas referências ajudaram a me construir e a ideia de trabalhar com moda e beleza foi tomando forma.
Eu ia nas lojas do shopping pedir catálogos das coleções para ter acesso as tendências, acessava algumas revistas e o meu senso estético foi expandindo. Até que em 2007, aos 15 anos de idade, assistindo o programa do Jô, vejo Aguinaldo Leandro, maquiador internacional da Givenchy, um homem negro, elegante, maquiador e mogiano. Quando vi a imagem daquele homem eu me vi representado! Estava no processo de decidir quem eu seria profissionalmente e ver o Aguinaldo me despertou a possibilidade de seguir e realizar o meu sonho. Até hoje, sempre que o encontro, declaro minha admiração por ele.

Referências:

Grace Jones, Beyoncé, Carmem Miranda, Ney Matogrosso, RuPaul, Madonna e Elke Maravilha. Amo cultura pop e essas referências ajudam a me construir artística e imageticamente.

Digital:

Através de um reality de maquiagem que venci em 2015, assinei um contrato com uma grande marca de beleza, onde sou um dos makeup trainees até hoje. São sete anos de parceria consolidada.
Atualmente estou buscando novos ares na minha carreira, com intenção de projetar mais o meu nome “Felipe Sadrak” e não só o Felipe com uma marca atrelada. Quero me conectar com o novo e o digital é uma ótima ferramenta para que eu consiga fazer essa conexão com mais e mais pessoas.

Corrida das Blogueiras:

Fiz o vídeo de inscrição falando sobre a minha trajetória profissional e o desejo de experimentar uma nova linguagem na minha profissão. Passei por 3 fases de entrevistas e na 4ª era o Edu e o Fih, do canal Diva Depressão, conversando comigo, fiquei em choque e gritei. Os acompanho faz tempo!
Foi uma experiência intensa, acredito que mais pessoal do que profissional. Saí maior do que entrei. Pude quebrar certos conceitos pré estabelecidos e ressignificar o meu profissional, ser mais livre, resgatar o meu lado subversivo na arte.
Realmente é um universo novo, eu sou um “millennial”, demorei um pouco para raciocinar junto com os “Z”. Querendo ou não, é uma diferença de gerações. Mas isso deixa a experiência ainda mais interessante.
Vivo da maquiagem há 11 anos, tenho um nome estabelecido nessa área, só que precisava sentir um frio na barriga novamente, precisava sair do automático, do confortável, e o Corrida despertou um turbilhão de emoções que me tiraram do eixo. No bom sentido!

Planos:

No momento estou aproveitando toda essa fase de crescimento. Os “Sadrakers” são incríveis, engajados e poderosos, estão me ajudando nessa nova etapa da minha vida. Porque por conta deles eu já posso me considerar uma blogueiraaa!

 

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